AAAHHtrte !!!
20 16
Galeria de zines e acontecimentos criativos
AAAHHTrte € um zine-colagem de acontecimentos interessantes encontrados por ai. O
objetivo é apenas divulgar e prestigiar obras criativas, sem qualquer finalidade comercial.
Distribuicao gratuita.
Capa: David Beat
Contato:
wagner nyhyhwh
wnyhyw@gmail.com
htto://partesforadotodo.blogspot.com
As edicdes do AAAHHrte podem ser vistas/baixadas/recebidas através dos meios abaixo:
Para receber por mail € so pedir no wnyhyw@gmail.com .
Ou acesse:
ZINETECA DIGITAL COLABORATIVA
(https://drive.google.com/folderview ?id=1VOSRYuUN_id71RG9ksOOcIZH9nSTGxyGE)
RECANTO DAS LETRAS
-//www.recantodasletras.com.br/autor textos.php ?id=196268&categoria=M)
Arquivos do grupo COLETIVO ZINE no facebook
(https://www.facebook.com/groups/333871386651933/files)
Biblioteca de Fanzin/ES da Daniela Dias
(https://sites.zoogle.com/view/fanzinesdanieladiaspoetisa)
A vida em turbilhao traz um ano de producao de
paginas semanais de Maria refletindo o
quotidiano politico e social de um pais que teima
em andar para tras. A indignacao perpassa todas
as paginas, mas sempre com um tom critico e
bem-humorado
CHEGA DE FAZER
ae om |f ECO AS SANDICES
DESSE CAPITAO
ALOPRADO!
MAIS ELE SOBE *
NO PALCO!
NAO MANDO ELE Y QUERO QUE JUNTAR PESSOAS, ) ~~ TRANSFORMAR
SE FODERPORQUE ELE SUFOQUE } SER CRIATIVA, A \NDIGNACAO
FODERE UMA NA — PROPOSITIVA... )\ EM DIGNA AGAO.
LHE JOR
i PELA BOCA. LIX,
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ILS vamos FAZER
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P| um FANZINE! (viz ge
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INDUC NO ——
TIROTEIO EM NOME EPA!
EMORTE ‘Y DASEGURANGA, NAO TENHO
NOS MORROS O GENOCIDIO!
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EO MESMO Gy C777 TTT TT
QUE PUXA Wy
O GATILHO.
Capa - Expediente - Sumario - Autor
SIM! N°4E &
MIJAR, M10,
MIJADA!
WY HOJE HA
EUFEMISMO PRA
TUDO, ATE PARA AS
NECESSIDADES
FISIOLOGICAS !
wr |OCU#DOS
NUMEROS
GENTE! VAMOS
PARAR DE FALAR
DOS FILHOS DO
PRESIDENTE!
Capa - Expediente - Sumario - Autor
MARIA
A vida em turbilhao
Henrique Magalhaes
Série Repertorio, 32 - 2020
Marca de Fantasia
LI
httos://coletivearts.blogspot.com/2020/0/7/malditos-teclados-bailarinos.html
MALDITOS TECLADOS BAILARINOS
-O que e isso?
- Comida.
- Como se come?
- Com a boca.
Etenegildo levantou com um pulo.
O suor cobria sua testa palida.
Foi ate a geladeira.
Estava vazia.
FABIO DA SILVA BARBOSA
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” ~~
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—"
0 MENINO
SENTADO NO CANTO ESCURO
O MENINO MINGUA INVISIVEL
NAO PODE SER LEMBRADO
POIS DE FATO
NUNCA EXISTIU
COMO UM FOGO NO FIM
VAI SUMINDO
MESMO SEM NUNCA TER SIDO VISTO
TRISTEZA
SENTIMENTO CORRIQUEIRO
QUE JA PERDEU O SENTIDO
A SUJEIRA JA NAO INCOMODA MAIS
ESTA CEGO, SURDO
E BABANDO
AS REMELAS GRUDAM OS OLHOS
A POEIRA GRUDA NA PELE
OS PES
JA NAO SAO PES
As MAOS
JA NAO SAO MAOS
NAS ORELHAS
APENAS INFLAMAGOES
A LINGUA INCHADA
JA NAO SERVE PRA FALAR
DOENTE
NUNCA ESTEVE SAO
FEXTO: FABIO DA SILVA BARBOSA
ARTE: VINICIUS VASCONGELLOS
BPBLIOTECA FL BIC
A WLPNCIPAL
MONTEIRO LOBATO
SMCEL
SECRETARIA MUNICIPAL DA
CULTURA, ESPORTE E LAZER
Prefeitura de ,
“
If GRAVATAI
Come dx pooun tor are Oda rete
Ano Novo/Ano Bom
Ano Novo
Ano Bom
Que venhaometeoro .. 7.
Que venhaaextingio ff
Rezo pra acabar
Rezo pra morrer
Texto: Fabio da Silva Barbosa
Arte: Jorginho
-_-
| WANNA BE YR GRRRL
ZINE #7
PART 2
WOMEN ACTIVE IN SERGIPE
BY: LARISSA OLIVEIRA
IG RR) {J
y 4
Epi |= AO WwW 7: WWive RS Ailes)
RY NEES
Bem-vindo, caro leitor.
Essa revista € pra vocé, que se
interessa por tudo que ha de
macabro e interessante no
mundo, essa revista € pra vocé,
que, assim como nos é fascinado
pelo desconhecido. A revista que
traz até vocé, o melhor do terror!
Atenciosamente;
Equipe Aterrorizante.
Final Chica — Um relato sobre o
cinema de horror da América Latina
Por: Maité Mendonca
Eu desenvolvo no meu blog Final Girl
(www.finalgirl.com.br) o Final Chica, que
e€ um projeto que visa compreender um
pouco mais sobre as diferentes facetas do
cinema de horror na America Latina. Esse
desejo surgiu quando tomei conhecimento
sobre o festival de cinema Montevideo
Fantastico, 0 qual ocorre no Uruguai ha
alguns anos. E surgiu esse questionamento
na minha cabeca: o que eu conheco sobre o
terror feito nesse pais vizinho? E eu
cheguei a conclusao que eu nao sabia
absolutamente nada. E entao essa
inquietacao foi ficando mais ampla. Eu
abri uma pagina qualquer de internet com
os nomes de todos os paises que fazem
parte da America Latina e do Caribe e veio
o choque de realidade. Percebi que eu tinha
tido contato com alguns filmes mexicanos,
argentinos, chilenos e brasileiros. E mais
nada. Fiquei olhando para aquele mapa e
para aquela infinidade de possibilidades. E
pensei que, assim como eu, muitas pessoas
talvez nao conhecessem tambem esse
universo. Entao eu parti em uma pesquisa
Dara conhecer um pouco como funciona a
O TORTURADOR DO CARIBE
Cruel, sadico e carniceiro; poucos homens na
historia mostraram tanta crueldade quanto
Johnny Abbes Garcia, o torturador oficial do
Sanguinario ditador da Republica Dominicana
Rafael Trujillo.
Responsavel por um numero indeterminado de
mortes, Abbes Garcia espalhou o terror
durante trés anos na pequena ilha do Caribe,
mas pagou o preco por optar por ser o “cara
mau”. Filho do alemao George Abbes Garcia e
da dominicana Altagracia Garcia Alardo,
Johnny Abbes nasceu na capital Santo
Domingo em 27 de marco de 1924.
Frequentou escolas de padres franciscanos,
tendo estudado durante muito tempo ao lado
da famosa igreja Las Mercedes. Concluiu seus
estudos no Colegio Santo Domingo, um dos
mais tradicionais da Republica Dominicana. O
historiador e militar aposentado Jose Miguel
Soto Jimenez diz, em seu livro El Trujillicon
(2011), que Dona Tata Garcia, mae de Abbes
Garcia, era uma “dominicana em todos os
sentidos”: uma mulher querida por suas
inclinacoes religiosas, pregadora da
moralidade e da bondade; porem, a educacao
religiosa e tradicional nao livrou 0 jovem
baderneiro das influéncias de outros garotos
de mesmo temperamento. Ao lado dos amigos,
Poderia Abbes Garcia, vestido sob a capa da
autoridade, ser um desses psicopatas sadicos?
Que aproveita do contexto de vida no qual esta
inserido para colocar para fora sua verdadeira
face sem que isso pareca algo doentio? Ao
contrario, comum e normal? E claro que ele
tinha seus Capangas para sujar aS mdos,
entretanto, apenas o fato de apreciar o
sofrimento alheio tambem excita os sadicos.
Por outro lado, existe a inquietante
possibilidade de que ele fosse apenas um
homem normal. Nesse sentido, grosso modo,
poderia compara-lo a Adolf Eichmann, um
dos arquitetos do holocausto, responsavel pela
eficiente logistica de deportagao em massa de
judeus ate os campos de exterminio. Quando
Eichmann foi julgado, em 1961, todos
esperavam encontrar um monstro, uma
aberracao psiquiatrica, mas nao foi bem assim;
psiquiatras que 0 examinaram viram um
homem normal, devoto a familia e funcionario
exemplar. Ele nao era doente, mas apenas um
homem dominado pelo trabalho. Agiu “certo”
e para o “bem” de um sistema, esse sim,
essencialmente criminoso.
“Ele so ficava com a consciéncia pesada
quando nao fazia aquilo que lhe ordenavam:
emharcar milhnes de hhmens mulheres e
POR QUE ELES OLHAM PARA O MEU
ROSTO ?
"Qual e o problema dela?" pensei comigo
mesmo enquanto sentava em meu cubiculo.
Angela, uma de minhas companheiras de
trabalho, estava me encarando. Para ser mais
exato ela estava pasma olhando para mim,
para O meu rosto. Eu queria gritar com ela,
virar a minha mesa e lhe perguntar qual a
porra do problema, mas eu apenas permaneci
de cabeca baixa. Isso tem acontecido comigo
desde que consegui um trabalho aqui. Mas de
fato alguma hora eu iria conseguir outro
emprego e meus colegas iriam parar de
encarar meu rosto.
Isso aconteceu em publico tambem... Pessoas
nas ruas, nas linhas de metro, em todo lugar
que ia aS pessoas sempre me encararam, e eu
nao sei Oo porque. Quando o relogio marcou 5
horas eu arrumei minhas coisas e fui embora.
Ainda hoje nao houve diferenca. Todos que
cruzei 0 caminho pareceram, no minimo, me
dar uma olhada de canto. Foi inebriante. Uma
raiva absolutamente ofuscante se filtrou em
cada impulso eletrico em meu corpo, toda vez
que alguem olhava em minha direcao.
Cheguei em casa e decidi fazer um check-up
no meu rosto em frente ao espelho. Travei
meu olhos abertos usando meu sistema interno
de scan, procurei na Internet por imagens de
milhoes de humanos. Meu rosto se parecia tao
humano quanto os resultados que encontrei...
T.’ ~ . e
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“Left Hand Path”
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Tecelume: colcha de autosaberes € uma iniciativa
do Nucleo de Praticas Artisticas Autobliograficas
- NuUPAA. Esta exposicdo retine pesquisas de
artistas que experimentam passagens entre os
campos da arte e dos estudos autobiograficos.
A mostra integra o encontro de grupos de
pesquisa que congrega o I Simposio do Nucleo de
Praticas Artisticas Autobiograficas - I SiNuPAA
eo X encontro do Grupo de Historia e¢ Imagem —- X
GEHIM, sob o tema Imagens Auto/Biograficas: na
historia e na pratica artistica.
QO conjunto de trabalhos aqui apresentado
constitul um lugar de fruigdo, reflexdo e debate
sobre a poténcia politica e€ poética do fazer
artistico como pesquisa € como pratica de 51.
Fle aponta para uma ecologia de linguagens,
técnicas, processos e auto/saberes que move o
corpo, a imaginacdao e o desejo e, nesse
movimento, tece um pluriverso que abraca a
complexidade das existéncias em seus modos de
ser, agir € estar no mundo.
Manoela dos Anjos Afonso Rodrigues
Udinaldo da Costa Silva
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"Neste momento dificil e de reflexao para todos, a CASA TRI & Galeria Tripe
seguem trabalhando a distancia e solidarios para fazer sua parte: contribuir com a
economia criativa do pais e incentivar projetos que valorizem nossa cultura, entre
Suas diversas expressoes. Nestas circunstancias, temos o prazer e privilegio de
realizar nossa primeira exposicao fotografica online em parceria com Renato
Soares, fotografo documental e indigenista, com mais de 30 anos de experiéncia no
registro da diversidade cultural indigena ainda existente - e resistente - no Brasil.
Apos passar por Fortaleza (CE) e Rio de Janeiro (RJ), com apoio da Caixa Cultural
e visitagao de milhares de pessoas, a exposicao “Amerindios do Brasil -
Antropologia da Beleza” chega ao ambiente virtual para atrair o olhar de mais
brasileiros e apresentar, atraves de imagens - ou “mekaron” na lingua kayapo - os
rituais, as historias, a tradigao e 0 mundo real dos povos originarios do Brasil.
Hoje, sao mais de 300 etnias espalhadas por todo o pais que lutam para preservar
Sua Cultura, contra uma realidade que nao respeita fronteiras, direitos e identidade.
Esta exposicao, rica em detalhes e olhares, € apenas uma parte do projeto de vida
de Renato Soares, que visa a cria¢ao e construc¢ao de um grande acervo
etnografico brasileiro, percorrendo as diversas aldeias em todo o territorio nacional.
E um longo rio a navegar...
“Trata-se do resgate, com uso da imagem, deste personagem - o Indio - que se
encontra enraizado em nossa alma, como brasileiros. Desta forma, registramos e
valorizamos sua cultura para a atualidade e o futuro, mostrando quem de fato sao’,
afirma Renato. "
'
.
ee eure le mecliala
e para a casa de seu illatoas
a) - Palalt- lar:
x - : Aldeia Yawalapit
/ Terra Indigena Xing
~ MT 2016
Yamurikuma 6 0 ritualondeas_ .
5 ulheres tomam conta da _
aldeia. Nestes dias '
mens nao sao bem-vindos
Aldeia Mavutsinim Kamayura
ac Indigena Xingu MT 20134
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.
mulheres tomam todos 6
pertences masculinos e entoam
NO meio da lagoa op
rema solitario e te co a
tenham uma boa me tel
Aldeia Pyulaga W iw
Terra Indigenagkingu MT
2017
> «+
A pintura corporal
feita com Jenipapo se fixa na
pele durante
duas semanas
Aldeia Mavutsinim
Kamayura
ri.
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~~ re ‘ , nm + a
ae ft -~2* 2 _ “2a “a rn yt a -
As Criancas quando saem
para a pescaria, vao todas
pintadas de urucum, que
funciona como um excelente
filtro solar e repelent@ para
satet—ro Uli cots
Aldéia PyulagaWaura
sevaee ualelfel ale ingu MT
2013
Na lagoa dos Kalapalo as
criangas correm livres se
divertem em brincé
interminaveis -
m0 \=1ko Wat Lal vere a
Terra Indigena Xingu MT
ours o=*
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https :/www.casatri.com/amerindiosdobrasil
LUCIANO IRRTHUM:
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PARA REPOYOAR WNosso AMADo
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SSOMPLCADO DE SE FAZER |}:
E PARA Que ESSA Le
ARMA 2 VocE Nao CARGA
ANN BOERS! Voce Mou ELE!
E AGo RA e O QUE VAj
BASER OH HUMAN ADE?
; Ube Zp,
MENSAGEM DE DIEGO EL KHOURY:
Estou abrindo uma editora independente com Fabio da Silva Barbosa (que € um
grande ativista escritor de Niteroi e que hoje mora em Porto Alegre). Fabio e um
cara muito ativo (publica todo ano varios livros, em Niteroi teve um jornal das
comunidades pra denunciar os maus tratos do estado etc etc). Eu e Fabio ja
trampamos em varios projetos legais juntos (o Coletivo Zine, fiz capa pra livros e
zines de sua autoria entre outras coisas). A editora quer publicar os impublicaveis
porque entendemos o mercado editorial como uma mafia segregadora e
queremos dar espaco pra uma galera phoda. A primeira publicagao saiu em
parceria com uma gravadora da Holanda chamada Murder Records. Um
Manifesto/entrevista com Danihell Slaughter. E eles estao sendo um braco forte na
Europa pra divulgar a editora. O pessoal da Metal Reunion Zine esta tambem sendo
um braco forte de divulgacao no Brasil. Estamos disponibilzando o pdf desse
primeiro livro por email e se quiser acompanhar a editora aqui o blog:
editoramerdanamao.blogspot.com . temos tambem instagram e Twitter. Pra editora
surgir de forma mais ativa e com a possibilidade de publicar muitos livros ao longo
do ano (no formato livro, zines, poemas, ensaios, quadrinhos...) precisamos de
parceiros que contribuam nesse projeto. A gente entende acorreria do diaadia
pela sobrevivéncia, mas se cada um for responsavel por uma parte a parada vai
render de um jeito que vamos chegar a publicar varios trabalnos ate chegar no nivel
Qapropria editora se banque (que sera maravilhoso) e ate chegar num nivel que
todos envolvidos ganhem e passem a viver exclusivamente pra isso. Estamos,
portanto, atras de gente pra diagramar, revisar e mexer nas redes socials pra
divulgagao. Eu e Fabio ficamos por conta da escolha dos materiais de publicagao
e a arte da Capa fica por minha conta tambem. Vc esta afim de contribuir como
voluntario nesse projeto em algumas dessas fungdes que eu mencionei ? Se nao vc
conhece alguéem que poderia estar afim de entrar nessa parada?
IF LIK
THE SHERWOOD © ADD YOUR ZINE
FOREST ZINE © OUR COLLECTION
LIBRARY . 4 PLEASE EMAIL US
is a WITH A .PDF OR
HOSTING 1008 OF <—— a eeyerer
DIGITAL ZINES AT
CUR eee FOR (a vurrrzine HERWOODZINELIBRAR
READ 1005 OF FREE ZINES AT WWW.SHERWOODFORESTZINELIBRARY.ORG
We have added over a
hundred free zine pdfs
dealing with black
resistance, policing, and
activism how-tos.
##BLACKLIVESMATTER
UPDATED TUESDAY, JUNE
30th, 2020
httos://www.sherwoodforesizinelibrary.or
ANA a
REIS
Artista, lang¢a 0 corpo nas experimentacgoes da performance e da
cria¢ao de subjetividades sensoriais dissidentes. Pesquisa praticas
artisticas autobiograficas e ficcionais que produzam rachaduras e
rasgos nas relagoes hegemOnicas de género em poténcias
micropoliticas. Professora Adjunta do Curso de Danga da FEFD/UFG,
ativa a performance e as praticas de fronteira no territorio da
educacao em artes. Graduada em Artes Plastica (2008) e Mestre em
Artes (2011) pela UFU, doutoranda em Artes pela UnB, busca ocupar o
espaco académico nas bordas do possivel de sua insubordinagao
contaminando a cientificidade e a neutralidade colonizadora.
Participa do Nucleo de Praticas Artisticas Autobiograficas - NUPAA,
da UFG. Idealiza e faz acontecer, em formato colaborativo, o
ROCAdeira: encontros performaticos em lugares improvaveis.
Participa de exposigoes, residéncias e encontros de arte e pesquisa.
ANA
REIS
MIRA
performance_2018
A deusa entre suas pernas
Faz as bocas salivarem
- Rupi Kaur
Mira aqui. Se olhe no espelho. Mira aqui em mim.
Olha a sua cara no meu corpo e meu corpo a sua
cara. Ameacador e cortante. Reflite a sua carae
nao ve. Nu exposto e fragil em sua cegueira. Torno-
me cega enquanto vocé se olha na minha cara
espelhada. Mira e se vé. Nas maos um facao e um
machado cortam 0 ar. Giram e se lang¢am em
golpes proferidos no espaco por uma cara de
espelho e um corpo nu.
Fotos: 1,2 e4 Raphael Franco
Foto 3: lere Papa
Um computador, um scanner, uma pessoa e
objetos utilitarios mapeiam a relagao entre o
Sujeito e seu ambiente.
Em 300dpi possibilidades de inter-relag¢ao do
corpo com objetos cotidianos e midias digitais
exploram a imagem em sua plasticidade e
poética visual. Movida pelo desejo do encontro, a
acao entre corpo/objeto/maquina compoe uma
realidade fantastica, explorando a repeti¢aoea
padronizaGao tecnolégica das produgoes em série
em confronto com a singularidade e efemeridade
do instante capturado.
https://anareisnascimento.cargo.site
RAVING FUCKING MAD Vol 4 by Enforced Existence
Enforced Existence brings you VOL 4 in the RAVING FUCKING MAD series of
noisecore compilations, highlighting only the most insane and bestial bands of the
day.
https ://enforcedexistence.bandcamp.com/alboum/raving-fucking-mad-vol-4
FILMES
ENSAIOS
LOJA
SOBRE NOS
ain
DO TEMPO, ELA
PRE HA ALGUEM
AR.
—
NEON NIGHTS
KAREN E BIBIANA VARGAS
Sangue de Bode - A Missa da Guilhotina (Video)
Perdido nas trevas do terceiro mundo
Sem boca, sem fala, sem bdia, sem agua
Vendidos no agougue com carnes baratas
Stigmata - Marcas de um Martirio
Ja nascem alvos na hora da caca
Mais um politico de poe em apuros
Feridas curadas com a forca da Igreja
A mesma que foge do Coronavirus
Stigmata - Marcas de um Martirio
Pandemia - Viva o Exterminio
No plenario - Mais um cu de pica
Salva grava e suga a vida do povao
Obedeca sem contestacao
Enchendo o rabo com dinheiro do trafico e descendo o
cacete em gente da periferia
O sonho de acordar e nao lutar para comer
O sonho de ser camelo pra ter 0 que vender
O sonho de estudar vendendo bala no sinal
1’ nacadala da iima eamnatioan daciaal
https://youtu.be/vFVODIFR19k
httos://coletivearts.blogspot.com/2020/07/o-diario-do-chapeleiro-louco-e-da-
lebre 8.html
O DIARIO DO CHAPELEIRO LOUCO E DA LEBRE MALUCA
"Eu nao sou louco, minha realidade € apenas diferente da sua."
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Sou om = 20a ch Aia707 loam Por AN (9) K\QU Doo
JORGINHO
Toda essa situagao de CUE RS Ee ile Infectados com
pandemia so veio doentes bem antes a insensibilidade,
nos mostrar
com a desigualdade social com 0 yacismo com a intolerancia
e a falsa meritocracia, estrutural, e violéncia,
e eu me pergunto:
Ana Paloma Silva é técnica em Artes visuais pelo
Instituto Federal do Maranhao e estudante de ciéncias
sociais na USP. Publicou seu primeiro quadrinho
Sobrevivendo as Eleigdes de forma independente e o
—— LOO sun a. ome eee Rte ee ll tee fe sem er Lear ~~ aAlitawa Claus
Oia iss
se ~rilham
F QUE DIA F QUE DIA
E Hoge? E Hoge!
—
=
Caminhos dos confinamento
Estamos dentro de casa durante essa quarentena,
como mostra esse quadrinho de Ver6dnica Berta sobre
confinamento
Categoria:home-destaques, Quadrinhos exclusivos
Por Mina de HO « 21 de maio de 2020
Esse é mais um quadrinho inédito
produzido com exclusividade
para comemorar os 5 anos da
Mina de HQ!
g mgellEa Ty
oar
oe ater an
yee ae i
ace panes Sa
Tr
~
i}
y
aa
A convidada de hoje é Sirlanney, quadrinista feminista
cearense. Sua HO é sobre Liberdade, em um trecho do
livro “O Amanha nao esta a venda”, de Ailton Krenak,
lider indigena, ambientalista e escritor — uma das
maiores liderancas do movimento indigena brasileiro,
reconhecido em todo o mundo. Que honra!
3% =
O vIRus wro MATA PASSAROS,
—_— NENHUM OUTRO SER,
Ben “ >
oe \\
APENAS HUMANOS
QUEM ESTA Em PANICO SAo OS
Paves HVMANOS E SEU MUNDO
ARTIFICIAL.
httos://minadehaq.com.br
REBOCO CAIDO- 55
\se) :
ore (No ose |
co Contatos:
com
- A Doenga (a trabalhar no vol. Il)
- Skeletal Compost (Harsh Noise)
> - Bad Trip Noise (Noisecore) enfermodistro.bandcamp.com
- Stercore (Punk/Crust) stercore.bandcamp.com
7 i.
Da pagina 08 em diante o papo é com a Obscure
Relic - contato obscurerelic(@gmail.com
Contatos
Reboco Caido:
TA
E mais:
DAVID
BEAT
E ™ ao
ano®
Caixa postal: 21819
Porto Alegre- RS
cep.: 90050-970
fsb197S5@yahoo.com.br
Pag 3
REBOCO CAIDO - 55
BRAZYU
O PAIS DO PASSADO s
AEPOPEIADORETROCESSO
1504:
Brazyu é uma saga de fic¢do passada no ficticioReino do Brazyu.
Qualquersemelhanga com lugares e pessoas reais é meracoincidéncia.
O CIDADAO DE BEM em CUMPRINDO A META DO DIA
A Grande Empresa privatizada
demitiu metade dos funcionarios. Gestao
de Custos. E 0 maior custo, obviamente,
era o de pessoal. Sem perspectivas, os
demitidos decidiram acampar protesto na
frente da sede da Grande Empresa.
Enquantoisso, 0 Cidadao de Bem
sai do seu modernissimo apartamento de
dezoito metros quadrados para bater o
sagrado ponto no Escritorio.
Aosair do apartamento, ja encon-
tra um pedintesentado no corredor. Diz
nao ter mais dinheiro pro aluguel, nem pra
comer, ja recebeu notificagao de despejo,
nao sabe o que fazer a nao ser pedir ajuda
Mas nao abre mao do carro. Afinal, o Cidadao
de Bem é brazylero. E como todobrazylero,
adora carro.
O Cidadao de Bem passa pela sede
da Grande Empresa e vé as dezenas de pesso-
as acampadas, todas aquelas tendas e faixas
e cartazes de protesto. Revolta-se com aquela
poluicdo visual, nao se aguenta, abaixa 0 vi-
dro do seu carro do ano, prejudicando o con-
forto do ar condicionado e grita furioso: Vai
trabalhar, bando de vagabundo!
Logo mais, transito completamente
parado. Cidadao de Bem fica revoltado, nao
podechegar atrasado ao Escritério. Mas o
transito continua imével. Cidadao de Bem
enfermodistro@gmail.
REBOCO CAIDO - 55
Para o fundo é 0 caminho!
Foi quando recebi o primeiro contato da Enfer-
mo Distro, de Portugal, via e-mail, que comecei
a trocar uma idéia com o mano Enfermo. Nem
preciso dizer que isso gerou mais esta entre-
vista, né? Pois entdo. Dai, perguntas respondi-
das, pedi uma minibio para produzir a introdu-
¢ao da troca de idéias, j4 que nos conhecia-
mos de pouco e poderia ter alguma informacgao
me escapado, mas que seria relevante colocar
na entrevista. Ai chega o texto:
“Rastreio de uma doenga cronica alastrada
na forma de dejeto humano:
Colocado na maca de operagées n° '92, o
bisturi oferece uma luz ao fundo do tinel a
mais um pecado que, por ato involuntario,
quis permanecer na escuriddo do titero. Co-
mo qualquer cancro evolutivo, a dificuldade
em remover as raizes fora de fato complicado,
fazendo com que a enfermidade permaneces-
se. Conforme os anos, as coisas foram
piorando e os encontros com a Pestiléncia
passaram de ocasionais a frequentes...
Brindavam ao fundo das garrafas do elixir
da insanidade, levando a que a doenga se
alastrasse cada vez mais. Até que, num dia
de exaustdo, o rastreio da loucura foi feito a
diagnosticar esquizofrenia e a morte num
ato de preocupagdo disse: “ou usas isso
como um dom, ou deixaste perder”...”
O que falar sobre isso? Precisa acrescentar?
Nao, né? Ta tudo ai. Entéo seguimos: FSB-
Como eram os primeiros tempos?
Antes de mais, obrigado por todo o teu
maravilhoso trabalho e pela oportunidade
REBOCO CAIDO - 55
cio dele um brinquedo de prazer pessoal,
utir tornando-o numa devassidio doente. O
S
a trono do desgosto, a podridao, o ser
pos humano. Politica apenas serve para nos
imo —_ dividir, pensem por vocés mesmos.
rae
este Ossons brasileiros tem uma boa aceitacao
em varios paises. Como paises tio
que —_ distantes conseguem se identificar tanto?
ssse Porque a atitude do antigo movimento
nda _- Punk, desde fins de 70's até principios de
utir 80's, com bandas como Restos De Nada,
eto. Célera, Brigada Do Odio, Otho Seco,
1
0 Atake Epiletiko, foram tudo bandas que
que surgiram em forma de protesto, critica ao
em _ regime militar, 4 opressdo, a censura... a
ide = vontade de querer mudar as coisas, 0
dia mundo.
iio ~=—s SA. Momentos ao qual nio sé eu, mas
muitos outros nos identificamos, Apesar
ado de nao ter vivido esses tempos, fui edu-
ise) cadoa resneita-los e a honrd-las camo se
Contato:
Fabio da Silva Barbosa
fsb1975
ahoo.com.br
REBOCO CAIDO - 55
“, ENFERM
! j
= f Bring Op |
?
de poder deixar aqui algumas palavras sobri
as minhas paixdes.
Os primeiros tempos eram magicos porque
de fato, nado existe melhor palavra para «
descrever. A procura de sons extremos, no
mes controversos, trocas de Cd’s e cassete
(sim eu ainda apanhei o final desse tempo
que passaram a ser colegdes, a descobert
das primeiras newsletters em papel e 0 co
nhecimento de algumas zines do submundoa
as noites dormidas na rua e nas estagdes di
comboio... Afinidade entre pessoas que si
viam apenas em locais especificos devido ;
distancia das cidades. O fato de nao existi
rem locais proprios para concertos e termo
que encontrar os sitios mais impensaveis
Para podermos ir aqueles concertos podre
de Grindcore e Black Metal ruidosos, tinha
mos que andar a procura dos becos nos ma
pas que tinham nos cartazes ou entdo er:
um amigo que enviava mensagem com amo
rada, porque os eventos eram em antiga
casas de alterne ou bares de strip escondi
dos no meio do monte, ou até mesmo espa
¢os ocupados que nunca pensavamos qui
existiam, tal como uma antiga capela ocupa
da por malta* artista, entre outros lugares
Ainda lembro de irmos a alguns ‘spots’ ei
policia fechar os tascos, mandar para casa...
Este interesse despertou ainda mais conheci
mentos e parcerias, 0 que faz com que est
movimento seja assim, especial. Acredits
que é isso que seduz o pessoal que come:
a descobrir este “caminho”. Precisamos no
focar no que é importante, pois ja sabemo
que a maior parte s6 quer saber da fotografi;
e quando pode por o som no facebook :
youtube para que 0 ego cres¢a mais rapid
que os prédios de cimento que vemos en
nossos bairros... Tendo em conta que hoji
em dia temos malta com o mesmo gosto qui
REBOCO CAID 55
Mais um som trevoso que entra em :
idéia. Dei uma pesquisada no som e ¢
vdo as perguntas entao:
Como nasceu a ObscureRelic?
Primeiramente gostaria de agradecer a voc
Fabio, por nos ceder um espaco para fali
da naceca traiatAria na Raharn Caidn Fr
v.2 n.1 nov. 2019/maio 2020
2595-9379
Revista
SUMARIO
EDITORIAL
Editorial: Revista Cajueiro, v. 2, n. 1
Valéria Aparecida Bari
ARTIGOS ORIGINAIS E ENSAIOS
O Uso Das Tecnologias da Informacao e Comunica¢cao no
Processo de Mediacao Literaria e Leitora.
Cristina de Almeida Valenca Cunha Barroso
Aline Rodrigues de Souza Sales
Quadrinhos Eletronicos e e Jogo do Texto: Quando Autores e
Leitores Negociam Significados.
Maiara Alvim de Almeida
Feminismo e revolucao francesa sob o olhar de uma japonesa:
a Rosa de Versalhes como duplo marco da industria japonesa
de Manga.
Valéria Fernandes da Silva
Verossimilhanca hiper-real nos quadrinhos de Alan Moore.
Ivan Carlo Andrade de Oliveira
«Cajueiro F-ISSN 2595-9379
007
018
044
076
Lae
Revista
ESTUDOS DE CASO E RELATOS DE PESQUISA
O processo deliberativo no encontro com Trina Robbins.
Daniela dos Santos Rodrigues Marino
As Mulheres nos Quadrinhos: O Caso da Suécia.
Natania Aparecida S. Nogueira
Luisa Arantes Bahia
Projeto FANZINEJA: o recurso pedagogico do fanzine na
Educacao de jovens e adultos.
Gazy Andraus
Ensino de ciéncias em quadrinhos e fanzines: abordagens
sobre dengue, zika e chikungunya em criacdes de discentes do
ensino superior.
Danielle Barros Silva Fortuna
HOMENAGEM
David Bowie e a logica do sentido na transmutacao visual.
Paulo da Silva Quadros
Cajueiro E-ISSN 2595-9379
147
177
203
239
287
JaCK WHDy © Ove VDIIKU WOUACIANT UNT TOVO UIpo UC VCIOSsimmintanva aos GQUaannitOs ao
mostrarem personagens falfveis, humanos e até mesmo explicagdes mais elaboradas para os
poderes dos personagens, como no caso dos mutantes.
E outros artistas criaram outras formas de dar verossimilhanga aos seus quadrinhos
e conseguir novamente a imersao dos leitores nas hist6rias. Esse processo encontra seu auge
nas estratégias hiper-reais. O conceito de hiper-realidade se tornou conhecido principalmente
gracas aos textos sobre 0 assunto de Umberto Eco e Jean Baudrillard.
Na hiper-realidade a relagdo entre imagem e natureza muda de forma radical. A
natureza é substituida por um simulacro. Ao contraério dos signos convencionais, 0 simulacro
nao tem um referente, ele nao fala sobre algo do mundo exterior ao signo, sendo puro modelo.
Segundo Lemos (2000, p. 325) nao se trata mais de representar 0 mundo, mas de simula-lo, ou
até cria-lo.
Essas imagens, mais interessantes e vividas que as imagens reais, criam uma
espécie de real acima do real. Segundo Umberto Eco (1984, p. 14), “a imaginagéo americana
deseja a coisa verdadeira e para atingi-la deve realizar o falso absoluto”. Exemplo disso ¢ 0
Museu da cidade Nova York, repleto de representagdes que recriam o real ao invés de
representa-lo:
como os pergaminhos vendidos ao final da visita com 0 contrato de compra de
Manhattan. A representacgao é cuidadosa, reproduzindo até mesmo o cheiro de papel
velho. Infelizmente o contrato de compra de Manhattan, escrito em caracteres pseudo-
antigos, esta em inglés, enquanto o original era em holandés (...) nado se trata de um
fac-simile, mas, se me permitem 0 neologismo — de um ‘fact-diferente’ (ECO, 1984,
pin:
Nas palavras de Baudrillard (1991, p. 152) os modelos deixam de ser uma projecao do
real, mas tornam-se, eles mesmos, uma antecipacao do real. A hiper-realidade seria, portanto,
um modelo, uma ficgao, uma criagéo humana, que se descola do real e se torna, ele mesmo, a
121
Cajueiro, Aracaju, y. 2, n. 1, p. 117-145, nov. 2019/maio 2020. E-ISSN: 2595-9379
Revista
Cajueiro E-ISSN 2595-9379
realidade mais interessante e fascinante que o real. Esse contexto gera uma crise que abala a
divisao entre realidade e ficgao:
A partir do momento em que a propria realidade nao é mais considerada real, mas
uma simulagao, a maneira de perceber o ficcional também se altera radicalmente.
Numa época em que a propria realidade é percebida como realidade simulada, a
ficgéo passa a ter 0 mesmo status do que esta realidade, status de simulagao
(SCHABBACH, 2009, p. 21-22).
Nos quadrinhos, um dos autores que mais investiram em estratégias hiper-reais de
verossimilhanga foi Alan Moore.
3 HIPER-REALIDADE NOS QUADRINHOS DE ALAN MOORE
Um dos primeiros trabalhos de Allan Moore e, porque nao dizer, das histérias em
quadrinhos da indtstria cultural estadunidense, a revelar aplicagdo da hiper-realidade como
estratégia narrativa foi Watchmen, uma parceria com Dave Gibbons, no periodo de 1986 a
1987, perfazendo exatamente um ano de publicagdes mensais. Posteriormente, 0 sucesso da
série levaria a reedigdes em capadura e a traducao para diversas linguas, tendo representado um
momento de éxito editorial significativo para a DC Comics.
A questao da arte e os recursos narrativos utilizados tinham como fonte
experimentos que, no mundo dos quadrinhistas, antes encontravam-se restritos as intimistas
publicagdes underground e autorais. Evoluiu, durante sua publicagao, da ideia de um arco
natrativo para uma graphic novel, devido as qualidades inequivocas de seu enredo. Convivendo
com publicagdes que representaram biografias e reportagens importantissimas, como Mauss de
Art Spiegelman, Hadashi no Gen de Keiji Nakazawa, assim como a obra totalmente ficcional
sobre Batmann The Dark Knight Returns de Frank Miller. narticinou de um momento histérico
pours’
«Cajueiro E-ISSN 2595-9379
2 A WEBCOMIC INTERATIVA HOMESTUCK: O LEITOR COMO JOGADOR E A
OBRA COMO JOGO
Desde sua concepcdo, a pagina oficial de HOMESTUCK” visava brindar seus
leitores com narrativas na forma de mock games — jogos que, a principio, seriam voltados a
audiéncias mais jovens, situando-se no limiar entre brincadeira e jogo, de acordo com Brynskov
e Ludvigsen (2006). Construidas de forma simples, as hist6rias constituiam de quadros
desenhados com imagens estaticas ou em movimento, em formato de arquivo Graphics
Interchange Format (GIF) com tragos simples, em um estilo e elaboragdo artistica que os
aproximavam de produgées feitas no software de edigdo de imagens Microsoft Paint, com
legendas contendo didlogos ou descrigdes das cenas. As agdes seguintes dos personagens das
historias eram determinadas pelos internautas, 0 quais postavam sugest6es em uma caixa de
texto disponibilizada no site. O webmaster'* Andrew Hussie, um jovem estadunidense, escolhia
um dos Inputs’, ilustrando-o e incorporando-o a narrativa, a qual seguia sendo contruida de
forma praticamente coletiva.
Em abril de 2009, apos brindar seu publico com trés narrativas — das quais apenas
uma fora encerrada, ficando as outras duas em aberto, Hussie posta no sife uma nova aventura,
entitulada Homestuck. A legenda do primeiro quadro da histéria informa ao leitor: “Um jovem
esta de pé em seu quarto. Acontece que hoje, dia 13 de abril de 2009, é 0 aniversario deste
jovem. Apesar de ter nascido ha treze anos, apenas hoje ele recebera um nome! Qual sera o
nome deste jovem?” (HUSSIE, 2018, p. 1)'°.
Abaixo do texto, que apresenta 0 protagonista, ha um botao que diz “> Enter name”
(ou “insina 0 nome”, em portugués), o que corresponde e confirma a expectativa criada pelo
paragrafo anterior: a historia faz referéncia 4 sequéncia de abertura de diversos jogos do estilo
RPG existentes, e sera este 0 tom da trama que se desenrolara adiante. Tal qual nos jogos desta
'3 Disponfvel em: www.homestuck.com, acesso em 25 nov. 2019.
'4 O conceito de webmaster nos remete ao profissional com habilidades e competéncias em produzir artes em
linguagens das midias digitais, como um webdesigner, também agregando a capacidade de desenvolver os
softwares e aplicativos e cadastra-los na word wide web, como web developer. (Nota da editora).
'S A programacao de sistemas de informagao é constituida de /nputs (Entradas), geralmente informacao inicial que
passa por um processo de criacdo, resultando em obras, produtos ou servicgos, os Outputs (Saidas). (Nota da
editora)
'© Traduzido livremente do original: “A young man stands in his bedroom. It just so happens that today, the 13th
of April, 2009, is this young man's birthday. Though it was thirteen years ago he was given life, it is only today he
will be given a name! What will the name of this young man be?” (HUSSIE, 2018, p. 1) — Disponivel em
shttps://www.homestuck.com/story/1>. Acesso em 22 de julho de 2018.
48
Cajueiro, Aracaju, v. 2, n. 1, p. 44-74, nov. 2019/maio 2020. E-ISSN: 2595-9379
Bours
«Cajueiro E-ISSN 2595-9379
natureza, 0 protagonista € um jovem prestes a partir em uma jornada fabulosa, que a ele se
revela numa data significativa, como seu aniversdrio, em que lhe é feita alguma revelacao de
natureza fantastica (um passado tragico, poderes, um destino pré-tragado), o qual é, de certa
forma, um lugar comum deste tipo de jogo. Esta legenda, ao evocar todos esses clichés dos
RPG com ironia, também serve para deixar claro, desde 0 principio, que se trata de uma historia
de humor, a qual parodia toda uma tradic¢ao (recente, porém ainda sim tradigao) do mundo dos
jogos e das convengées da rede mundial de computadores. Além do comando para seguir, os
demais elementos da tela apresentam ligagéo com os jogos eletrénicos, sendo facilmente
reconhecidos pelo publico, 0 qual, inicialmente, teria crescido acostumado com este tipo de
midia. Ha comandos para salvar 0 jogo (no caso, funcionando como um marca paginas do ponto
em que 0 leitor parou, tal qual os comandos de salvar 0 jogo em videogames, os quais mantém
0 progresso do jogador para seu pr6ximo acesso), de deletar os dados do jogo, para recomegar
Entre as mulheres destaca-se Eva Ottilia Adelborg, uma das primeiras artistas a
publicar um livro ilustrado pra criangas, em 1882 (STROMBERG, 2010). Ottilia teve uma
educacao artistica s6lida, na Academia de Belas Artes entre 1878 e 1884, e também fez viagens
de estudo para a Holanda, na Italia e Bélgica, entre os anos de 1898 e 1905. Ela comegou sua
carreira fazendo ilustragG6es para jornais (ILLUSTRATRICI, 2017).
Na sua obra nota-se uma preocupagao com a educagao das criangas, buscando dar
ao livro infantil uma funcgao pedagégica. Seu trabalho acabaria influenciando a criagao daquilo
que conhecemos hoje como educagao infantil, na Suécia (OTTILIA, 2017).
62 Em livre tradugao para o portugués: O Sacerdote e a Menina.
180
Cajueiro, Aracaju, v. 2, n. 1, p. 177-202, nov, 2019/maio 2020, E-ISSN: 2595-9379
Revista
Cajueiro E-ISSN 2595-9379
Em 1896, publicou o que seria sua primeira historia em quadrinhos, Pelle Snygg
och barnen i Snaskeby®’, onde ensinava nogdes de higiene para criangas (KLEIN-JANTJE,
2017). Em 1899, foi a vez de Er Bjérnhistoria °’ . Em reconhecimento ao seu trabalho, o
municipio de Gagnef instituiu o prémio literario Ottilia Adelborg, em 2000 (OTTILIA, 2017).
Figura 2: Uma historia de urso
Toe eae
a a
r
4
:
'
Fonte: En Bjérnhistoria (1899) — Uma historia de urso - Website © 1994-2017 Lambiek
Em relagao ao panfleto elaborado pela Fiocruz que a dupla analisou e inspirou na
escolha do tema, afirmaram: “o material é um panfleto que fala que se a pessoa tirar 10 minutos
semanais, vocé consegue evitar o mosquito da dengue seguindo as agdes que estdo na parte de
tras do panfleto. A gente pegou essas agdes e criamos uma histéria em que o préprio mosquito
da dengue é o protagonista, até colocamos 0 nome do zine Um dia D trabalho fazendo um
trocadilho, para mostrar como se fosse um dia de trabalho dele! Ele tentando procurar um
lugar para trabalhar’’.
De acordo com a dupla que trabalhou na elaboragao do fanzine na UNEB (Figura
6): “Primeiro ele chega, e a caixa d ‘agua jd foi fechada e ndo dé para para criar focos, ele vé
um ralo e quando chega la da de cara...percebe que esta tampado com tela, ele segue tentando,
vai nos pneus... jd estado vazios, enfim, tudo esta contrario as formas que ele poderia gerar
focos...at quando ele chega em casa, a esposa pergunta: e ai amor, como foi seu dia de
trabalho? E ele: “Foi um dia muito dificil!” e em outro quadro mostra o grafico com os dados
sobre a dengue, caindo, Também ndo quisemos fazer as cenas todas que falam no material
sendo ia ficar enfadonho”.
Ao longo da narrativa foram demonstradas as condigdes propicias aos focos do
mosquito, porém a HQ nao elucidou que somente as fémeas da espécie Aedes aegypti que
colocam Os ovos e transmitem a doenga quando contaminadas. Assunto que foi levantado e
discutido com os colegas no momento da apresentagao. Sobre essa questao, Assis et al (2013)
251
Cajueiro, Aracaju, y. 2, n. 1, p, 239-285, nov, 2019/maio 2020, E-ISSN: 2595-9379
mours'*:
«Cajueiro E-ISSN 2595-9379
afirmam que, “embora sejam disseminadas informag6es na midia sobre os potenciais criadouros
do mosquito e de seu comportamento, ainda sao identificadas dtividas relacionadas a
reproducao” (p.10). A exemplo disso, as autoras citam que a oviposi¢ao e o desenvolvimento
do Aedes aegypti sao confundidos com os habitos de outros mosquitos, como 0 Culex sp.
Uma dificuldade relatada pela dupla foi quanto a representagdo das imagens
(Figuras 6 e 7), por exemplo, conforme relataram:“é dificil desenhar que se deve limpar a
bandeja do ar condicionado e também ndo quisemos colocar tudo, sem contar que muita coisa
nado vai ser da realidade da pessoa, entdo fica algo fora do contexto”, denotando certa
preocupagao com as légicas do publico para o qual o material sera destinado.
De acordo com Schall (2005) a ressignificagaéo da mensagem a partir do lugar
enquanto sujeito traduz o estado afetivo, uma vez que a linguagem escrita possibilita a criagao
de um espago simbélico e estimula a imaginagao do interlocutor. Dessa forma, segundo a
autora, a linguagem visual que contemple personagens, cendrios e vivéncias segundo a légica
do ptiblico propicia a oportunidade de construir novos significados permitindo a maior
compreensao de si mesmo.
httos://seer.ufs.br/index.php/Cajueiro
Marcio Sno:
" Confira no YouTube o bate papo que tive com o Prof. Jofra no qual apresentei um
bocado de livros que falam sobre zines!
Aproveite para se inscrever no canal para receber atualizagoes do programa Meu
Zine Minha Vida!
https ://www.youtube.com/watch?v=nsdaGaqsevcyY "
Bracos de aco
Poderiamos ser lendas vivas, de almas
que se encontram entre a multidao de tantos
com 0 mesmo anseio de serem felizes.
Mas preferimos o orgulho
de nao dar o braco a torcer.
Oitao - Proteste (Official Music Video)
Letra:
Mais de 50 milhoes de brasileiros vivem na extrema miseria
Desigualdade, preconceito, exclusao social
A saude é precaria, nao tem medico, as pessoas morrem na
fila do hospital
O ensino publico ruim, estagnado, desigual
6 em cada 10 criancas sao vitimas da pobreza
Nao vamos nos calar
Juntos podemos lutar
Proteste, discorde, resista
tudo que falam que é certo
Questione a face estampada nos vermes de cima
Hipocrisia... Sujeira 0 povo vivendo migalhas
Fascistas assassinos parasita desgracado
Resista, discorde, proteste
Conteste o mundo em volta
O povo cansado de tantas mentiras que vé
Falsidade imposta sofrendo calado miséria
Hipocrisia sujeira 0 povo vivendo migalhas
Fascistas assassinos parasita desgracado
Resista discorde proteste
Injustica
Ganancia
Raha
https://youtu.be/T9l_ BvrPhig
httos://coletivearts.blogspot.com/2020/07/o-diario-do-chapeleiro-louco-e-da-
lebre 15.html
DIARIO DO CHAPELEIRO LOUCO E DA LEBRE MALUCA
Quando acordei hoje de manha, eu sabia quem eu era, mas acho que ja mudel
muitas vezes desde entao.
EU QUERO AS ONDAS
EU QUERO BRISAR
0 MAR
BRISAR O MAR
SER BRISADO a ~~.
SER BRISA.
fs, on 5 a si
=
Cc
mio
«
‘ ™~ —s
ee
Jorginho
# Marca de Fantasia
Paraiba, julho de 2020 - n. 280
Maria 7 - Sequestro da embaixada
ntre o final dos anos 1970 e inicio de 1980 Maria ja saia em revista
E propria, de modo independente, aqui e ali apoiada pelo governo do es-
tado ou pela Universidade Federal da Paraiba. Tratava de temas da atua-
lidade em sua reflexao sobre o periodo de arbitrio politico da época.
A sétima edicao mantém a estrutura iniciada na anterior e vai além.
Continuam as matérias textuais com a segunda parte da “Historia das
HQ da Paraiba”, a secao de cartas ampliada e o “Registro” de publica-
ces alternativas. A novidade foi a abertura de espaco para a veiculacao
de outros personagens de quadrinhos do estado, com tiras de Marcos
Nicolau (Garibaldo), Ténio (O Conde) e Xico (Auré). Maria torna-se
uma revista coletiva e diversificada, incorporando o espirito “fanzine”
de reflexao e combatividade.
Esta e outras reliquias estao disponiveis gratuitamente no sitio da
personagem: www.marcadefantasia.com/maria.html.
Editor: Henrique Magalhaes - marcadefantasia@gmail.com - https://www.marcadefantasia.com
Temos
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Vamos fazer um
sequestro que ponha em
xeque o governo !
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INFLACAO, DESEMPREGO, GREVE,
TERRORISMO...
Temos que atacar
O ceritro, a cabeca!
que por em eee
ratica noeso plano! | MAImmer|
Oxente! Vamos
assaltar algum
Danco ?
5Ao TANTOS
os NOVOS
PROBLEMAS QUE O
PAIS ENFRENTA...
O miolo! 0 que coon.)
a renda nacional !
..E 0 GOVERNO AINDA Nao COW SEGUIL
SOLUCGONAR
NEM OS
VELHOS..
M Nicolay
PRECISO PARAR DE
ee APANHAR ESSEeS RESTOS
_ PE FORNAIS DE
Bx ZINE
“= FLOR DE LOTUS NA SARJETA
"AS MULHERES SAO ANARQUISTAS E
REVOLUCIONARIAS NATURAIS, PORQUE ELAS
SEMPRE FORAM CIDADAS DE SEGUNDA CLASSE E
TIVERAM QUE FAZER O SEU PROPRIO
CAMINHO” Kim Gordon
Nesta edi¢cao mulheres que trilham pela arte. Representam
a fina flor do underground e aqui compartilham um pouco
de seus universos infinitos de ideias e produc6ées.
ee ae na
TANZ TWA |
4 F
aN , oe
Carla Martins Ni Ana Paula Sant'Ana
ah
Edicoes Tarja Preta
O Zine Flor de Lotus na Sarjeta chega a mais uma
4
y& edicao.
‘d . LA Este nome foi inspirado na cangao Cachorro Doido
Vaay de Zeca Baleiro. No caso da cangao ,ele traza
x referéncia do poeta torto, sem lua, musa ou deus
Lugar de fala :
femini que o guarde, pulando a janela do contexto. A letra
ennai da musica traduz muito o contexto que eu quis dar
a construcao deste zine, dedicado ao pensamento.
E d ITO a dg | Mas aqui, sob a luz feminina. Pensamento de
pensadoras, ativistas que embora refinados, como
a flor de I6tus, continuam a margem, ou na Sarjeta,
oe : ainda por questGes sociais. Essas mulheres muito
Paula Sant’Ana. Se oie ie :
A especiais que convidei para esta edicao, sao as finas
conheci via face e whats. Em flores do underground.
Por curiosidade, no oriente, a flor de létus significa
nossas conversas,em seus posts
logo percebi que se tratava de pureza espiritual.
uma mulher Na literatura classica de muitas culturas asiaticas,
diferenciada. Possui uma aba lechncia, bel vinick
dualidade que permeia entre o simboliza elegancla, beleza, perreicao, pureza e
ost tid. avara canda franitantamanta sceanriadsa ane
Professora
de Filosofia, Ciéncias Sociais e Metodologia
de Pesquisa.
Casada com André Becker,
Mae do Gabriel, do Vitor e da Anais
PARA
ENCONTRAR ESSES LUGARES DE SER ACHO
QUE PARTI DO NAO SER. 0 MUNDO
TAO CHEIO DE GENTE DE UM LADO, A
SOLIDAO INERENTE DE OUTRO LADO.
POR EXCLUSAO PERCEBI QUE NAO PODERIA
SER CONTADORA (NAO GOSTO DE
MATEMATICA), ENFERMEIRA (DESMAIO AO
VER SANGUE), REPORTER DE TV
(SOU TIMIDA E ESPALHAFATOSA)
DIZEM
QUE OS BEM-SUCEDIDOS NAO DEIXAM QUE
AS COISAS ACONTECAM
NATURALMENTE, PENSO QUE NAO TENHO O
PERFIL DOS BEM-SUCEDIDOS POIS
$OU QUASE UMA FOLHA AO VENTO. QUERIA
SER AUTODIDATA, MAS ESTUDEI ATE
O DOUTORADO (POR ENQUANTO). QUERIA
SER CINEASTA E ME TORNEI
PROFESSORA. QUERIA SER ATIVISTA MAS ME
TORNEI! ARTISTA.
AGORA
ACHO QUE PEGUEI UM PEDACO DE CADA
UMA DESSA DE MIM QUE QUERIA NASCER
E COLOQUE! NESSA AQUI QUE NASCEU. ELA
E CORAJOSA POIS O QUE ENSINA
NA FACULDADE E A BUSCA DO DESEJO E DA
VONTADE DE POTENCIA. SER
PROFESSORA TAMBEM SALVOU TODAS ESSAS
QUE QUERIAM NASCER, POIS A
TIMIDA SEMPRE FOI AFEICOADA A LEITURA,
A ATIVISTA ENCONTROU NA
TEORICA A IDEIA DE REDE COMO MODO DE
SER, A ATIVISTA ENCONTROU VOZ
NA ARTISTA. A FILHA QUE SE TORNOU MAE
AQUIETOU SUA DESCONFIANCA NA
ESPECIE HUMANA,
E vat
o
= punk é mdsica. O punk é arte. E estado de
espirito, é fluidico.
Pessoal e coletivo. Nao ha pecas que o
tot &y terminem. Ora assimilado e cuspido fora.
Porque o homem é assim. Expurgado em
delirios internos. A fdria de um homem éa
_ furia de todos os homens,
ere fé, em apatias. Nulo e puro vigor, ele rege a
, regra das imprevisibilidades,
Ana
PaulaSant'Ana
alternando-se em motivagées, em revoltas, em
; ‘ es fi 4} me
Castas
e Lixo
Nem
o lixo consegue conter
Explode
de dentro da lata
Se
nem o
conter
Explode
de dentro da lata
Se
nem o
conter
Nao
venham falar sobre castas
Entorpecendo
a mente com status
Eo
lixo continua na lata
By
lixo consegue
lixo consegue
(Letra feita com Andre
Becker para a banda Suco
Gastrico SP em
https://www.youtube,com
/watch?v=CfyxvTxViHI
~ \"\ quando
/e > K vocé
Sao
“=” conhecer
WV. AB
Ed Hil” Eu
LK RE me
. ;
= one -desconhecerei
Sou editora dos Zines “Moicanos Girl Zine”, publicagao
dedicada a
cultura Punk ,divulgacdo de bandas e gigs. E um zine bem
interativo, onde abro espaco para que Os artistas se sintam a
vontade para manifestarem -se. “Feminizine” que representa
0 grito feminino feminista e libertario onde conto com
algumas parcerias, entre elas Fabiana Menassi, e Mara Zine de
Ilha Comprida e também o Zine “Zona
Erégena- Poesias e Contos da Subcultura Marginal”.O zine
apareceu na minha vida num momento decisivo e de
transformagées profundas de minha esséncia. Foi como deixar
o casulo, se transformar em borboleta e voar por ai... Eum
main da camiuinicarcian tatalmanta lihart4ria qua cria miuitac
https://drive.google.com/file/d/1FC zxAcAAQhpYD37fCgq869Bkz5Diu/7KN/view
Carla Martin
SOA ee
fn
Fanzine ao é algo especifico de publicacées
escritas, tem também tem
os audio zines, que sao producées de
programas independentes via
whatsapp . E uma midia que chega muito
longe, pois hoje em dia e os
programas seguem diferentes vertentes
atingindo variados tipos de
publicos. José Zinerman Nogueira, é um dos
precursores desse tipo
de veiculacgao de informacao e boa musica.
Tem muita gente
participando e se conectando, enviando
trabalhos e mandando seu
x Dialogos do Sul [=]
Por diversas vezes o senhor foi apontado
como um padre rebelde. Qual a sua opiniao
sobre esse adjetivo que lhe foi atribuido?
Existir no Brasil ja @ uma rebeldia. Em um pais
que esta vivendo o neofascismo que estamos
vivendo todo tipo de resisténcia, rebeldia,
desobediéncia € uM sinal de sanidade mental.
Ha muitos religiosos falando que a pandemia
é uma oportunidade para que haja uma
melhoria nas pessoas?
A desigualdade ficou muito clara com a
pandemia e nesse sentido ha uma insatisfa¢cao
muito grande porque estao todos vendo que a
miseria cresce e que esse estado de
calamidade em que a gente vive atinge as
pessoas de diversas maneiras. Entao, sao
muitas as formas de que todos acabam sendo
atingidos de alguma forma, entao e
importante que nesse momento isso se
Canalize para realizar essa a¢gao conjunta, que
aS pessoas percebam isso para se
movimentarem tambem, pra lutarem por uma
SB sso, Se Olle a orca es
https://dialogosdosul.operamundi.uol.com.br/direitos-humanos/6571 2/pe-julio-
lancellotti-todo-tipo-de-resistencia-rebeldia-desobediencia-e-sinal-de-sanidade
A MAIOR
DAS
SUBVERSOES
NEM =—-—dDE ~~ PAO
VIVE O KOMEN!
(Aalizando
cm.
Sobe o leite,a
came, © pao...
"Indirelas ao molho Chega de Democracia, ao
de arrocho salarial’!|| comida requentada molho de eleicées
~—~“
ey
|
/
\ocE pensa que € Quando se descobre
brincadeira., Pambinha, Veja $0 as UM SAPATAO na familia,
consequéncias!
mas val a primeira cotsa
ie ae ~~ q que . faz 7!
@ ave se
al
£ I3S0, Em nome do amor
Pombinha ! A
as SC abolbas ty
Todas as normas
BICKAS, SAPATOS,
OPRIMIDOS , FEMINISTAS,
OPERARIOS, HIPPIES NEGROS
INDIOS, PUNKS EXISTENCIALISIAS
DE TODO O MUNDO
NOR EA MAAR
DAS LEVER Size,
O racismo sutil por
tras das pallavras
s@eee8eese ©
e@eeee?ees és ea
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Brasilia, 2020
Ministerio Publico
MieA DET do Distrito Federal Secretaria de
e Territorios Justica e Cidadania
Secretaria de Justica e Cidadania do Distrito Federal
O racismo sulil por
tras das pallavras
A linguagem é um siste-
ma de signos ou sinais que
sao utilizados para indicar,
por meio da comunicagao,
ideias, valores e sentimen-
tos. E possivel apontar que
a nossa linguagem é pro-
fundamente marcada pela
cultura preconceituosa
existente na nossa nacao,
visto que expressoes racis-
tas sao constantemente
naturalizadas e impregna-
das nas estruturas das rela-
codes etnico-raciais.
Estas buscam desqualificar
e desaprovar a populacao
negra de tudo que se as-
socia a ela, minimizando a
imagem social dos negros
de forma que reproduz e
reforca no inconsciente co-
letivo da sociedade brasilei-
ra a relag¢ao preconceituosa
entre negritude e negativi-
dade. Em contrapartida co-
notacoes positivas sempre
sao ligadas aos modelos e
representacoes de pessoas
brancas.
Posto isto, torna-se neces-
sario refletir sobre o pre-
conceito existente por tras
das palavras, que se apre-
sentam por meio da lingua-
gem que vem reafirmando
a imagem social dos ne-
gros, em grande parte, em
posi¢oes sociais subalter-
nas sendo definidas a par-
tir da visao europeia.
Secretaria de Justica e Cidadania do Distrito Federal
[PeeAMIE Cie
Origem/Sinonimo
Expressao originou nos navios
negreiros, Quando escraviza-
dos negavam-se a comer du-
rante a travessia ate o Brasil,
pois preferiam morrer a se-
Substituicao
rem escravizados. Estes eram
alimentados a forca, por uma
especie de colher que Ihe era
colocada na boca e se jogavaa
comida.
Bastante
A
Criado mudo
Origem/Sinénimo
Era o escravizado que fica- normalmente segurando
vaempe,aoladodacama agua e objetos para servir
a noite inteiraem silencio, os “senhores”.
ITT Taha i fot [e
Mesa de cabeceira
criado-mudo: “Pequeno movel que se coloca junto a cabeceira da cama;
mesa de cabeceira.” (Fonte: Dicionario Michaelis).
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Domestica
Origem/Sinoénimo
O termo possui ori-
gem nas mulheres ne-
gras que trabalhavam
dentro da casa das fa-
milias brancas e eram
ticadas. Isso porque
os negros eram vistos
como animais e por
issO. precisavam_ ser
domados.
consideradas domes-
Substitui¢cao
Trabalhadora/ Funcionaria/
secretaria do lar
Domestica: Mulher que se emprega em trabalhos caseiros;
empregada, criada. (Fonte: Dicionario Michaelis)
19
Secretaria de Justi¢ca e Cidadania do Distrito Federal
Id Disputar a néga
Origem/Sin6nimo
Possui sua origeMm nao so na es- do os “senhores” jogavam al-
cravizacao, como tambem na gum esporte ou jogo, o premio
misoginia e no estupro. Quan- era uma escravizada negra.
Substituicao
Desempatar
Denegrir
Origem/Sinénimo
Possui raiz no significado “manchando” uma repu-
de “tornar negro”, como _ tacao antes “limpa’”.
algo maldoso e ofensivo,
Substituicao
Difamar
Mercado negro/magia
negra/ lista negra/humor
negro/ovelha negra:
Origem/Sinénimo
Utilizagao da palavra “negra” como algo pejorativo,
prejudicial, ilegal.
Substituic¢ao
Mercado clandestino/
lista proibida/ humor
acido/ rebeldia
http://havintage.blogspot.com/201 4/1 1/50-anos-da-creepy-revista-que-deu.html
Desde o fim da EC as historias em quadrinhos de horror estavam banidas nos
Estados Unidos. A criagao do famigerado "comics code" (codigo de éetica dos
quadrinhos) as inviabilizava. Foi entao que o empresario James Warren, fa das
mitologicas revistas da EC (tais como Tales from the Crypt chamada por aqui de
Cripta do Terror ou Contos da Cripta) bolou um meio de burlar a censura e devolver
o terror as bancas.
A primeira revista de sua editora era uma magazine, isto €, uma revista no formato
das revistas informativas e de entretenimento que ha por aqui no Brasil como Veja,
Contigo, etc. "Famous Monsters of Filmland" era uma revista sobre filmes de terror
que logo caiu no gosto dos leitores. Alem das mateérias e muitas fotos, com o tempo
a revista passou a trazer ate historias em quadrinhos!
Foi entao que Warren percebeu que por nao serem "comics books" (revistas em
quadrinhos), esse tipo de quadrinho ao ser publicado numa magazine nao
precisava passar pelo comité de censura das editoras de quadrinhos. Assim as hqs
podiam ser publicadas sem restricoes.
O passo logico foi algo inusitado no mercado norte-americano daquela epoca: uma
magazine trazendo so historias em quadrinhos! Em preto e branco, custando o
triplo dos comics books menores mas coloridos, era vendida nas prateleiras das
revistas normais, como Time, Life, People, e tantas outras cotidianas nos Estados
Unidos.
Assim Warren mudou a cara dos quadrinhos norte-americanos, criando um
segmento de revistas e historias que miravam um publico "mais maduro" do que o
comum dos gibis naquela epoca presos aos super-herodis e revistas cOmicas
infantis. O sucesso da Creepy foi tal que logo gerou uma irma mais nova, a Eerie.
Ambas acabaram fornecendo material, no Brasil, para a criagao da famosa
KRIPTA, langamento da RGE que foi um sucesso na segunda metade dos anos 70.
O nome "Kripta" de fato foi bolado como aproximacao fonetica do Creepy da
Warren.
Foi em virtude do sucesso da Warren que a propria Marvel, nos anos 70, ia langar
uma enxurrada de revistas magazines sem as restricoes do comics code, muitas
delas de terror, e a mais bem-sucedida bastante conhecida por aqui, a Espada
selvagem de Conan. Por conta da pequena revoluc¢ao iniciada por Warren por
muitos anos, quadrinho em preto e branco seria considerado sinonimo de
quadrinhos adultos nos Estados Unidos - nao a toa comics como Walking Dead
optaram pelo preto e branco tamanha essa tradicao.
E tudo comecou aqui, com a Creepy numero 01,